terça-feira, 23 de março de 2010

Ser ou não ser: o avesso que nos complementa



Na constante busca por uma identidade que nos individualize, às vezes nos perdemos entre os rótulos que nos são sugeridos ou impostos, entre faces que gostaríamos de ter e não as temos e entre aquilo que realmente somos e não percebemos. Ser é diferenciar-se e mostrar-se na diferença.


“Quando digo o que sou, de alguma forma eu o faço para também dizer o que não sou. O não ser está no avesso do ser, assim como o tecido só é tecido porque há um avesso que o nega, não sendo outro, mas complementando-o. O que não sou também é uma forma de ser. Eu sou eu e meu avesso” (livro quem me roubou de mim, o sequestro da subjetividade. Pe. Fábio de Melo)


O conceito que encontramos acerca de nós mesmos, é um norte e um delineador de nossa identidade. A afirmação daquilo que se é, nega, ao mesmo tempo, o que se não é. A criação da diferença e da linha divisória é a ação responsável pelo surgimento da identidade e da subjetividade. Aquela pela definição que afirmamos a nosso respeito, essa por tudo aquilo que toca nossos limites, inclusive aquilo que negamos quando limitamos nossa identidade.

Portanto, nossa subjetividade é um conceito mais amplo do que a nossa própria identidade, alcançando até mesmo o avesso que negamos, mas que, de alguma forma, faz parte da construção de nossos significados.

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