Psicanálise



  Psicanálise é um campo clínico e de investigação teórica desenvolvido por Sigmund Freud, médico neurologista vienense nascido em 1856. Propõe-se à compreensão e análise do homem, compreendido enquanto sujeito do inconsciente. Essencialmente é uma teoria da personalidade e um procedimento de psicoterapia, contudo é inquestionável, em nossos dias, suas contribuições para compreensão da ética, moralidade e cultura humana.

  O método básico da psicanálise é o manejo da transferência e da resistência em análise. O analisado, numa postura relaxada, é solicitado a dizer tudo o que lhe vem à mente (método de associação livre). Suas aspirações, angústias, sonhos e fantasias são de espcecial interesse na escuta, como também todas as experiências vividas são trabalhadas em análise. Escutando o analisado, o analista tenta manter uma atitude empática de neutralidade. Uma postura de não-julgamento, visando a criar um ambiente seguro.

  A originalidade do conceito de inconsciente introduzido por Freud deve-se à proposição de uma realidade psíquica, característica dos processos inconscientes. Por outro lado, analisando-se o contexto da época observa-se que sua proposição estabeleceu um diálogo crítico à proposições Wilhelm Wundt (1832 — 1920) da psicologia com a ciência que tem como objeto a consciência entendida na perspectiva neurológica (da época) ou seja opondo-se aos estados de coma e alienação mental. (Goodwin)
Muitos colocam a questão de como observar o inconsciente. Se a Freud se deve o mérito do termo "inconsciente", pode-se perguntar como foi possível a ele, Freud, ter tido acesso a seu inconsciente para poder ter tido a oportunidade de verificar seu mecanismo, já que não é justamente o inconsciente que dá as coordenadas da ação do homem na sua vida diária.

  Não é possível abordar diretamente o inconsciente , o conhecemos somente por suas formações: atos falhos, sonhos, chistes e sintomas diversos expressos no corpo. Recomenda-se a interpretação como o meio mais simples e a base mais sólida de conhecer o inconsciente.

  Outro ponto a ser levado em conta sobre o inconsciente é que ele introduz na dimensão da consciência uma opacidade. Isto indica um modelo no qual a consciência aparece, não como instituidora de significatividade, mas sim como receptora de toda significação desde o inconsciente. Pode-se prever que a mente inconsciente é um outro "eu", e essa é a grande idéia de que temos no inconsciente uma outra personalidade atuante, em conjuntura com a nossa consciência, mas com liberdade de associação e ação.