
Nesse último domingo assisti a um filme muito excêntrico: Chocke. É uma trágio-cómedia inquietante e de profundo conteúdo. Bem diferente dessas super-produções com resultados direcionados exclusivamente para explorar bilheterias.Na verdade, nem parece filme americano, algumas vezes tinha a sensação de estar assistindo a um envolvente clássico de Almodovar. O mais surpreendente, foi que o filme me trouxe algumas ricas reflexões acerca do comportamento humano. Não obstante, o que mais me chamou a atenção foi uma fala isolada de uma personagem ao ser questionada por seu filho sobre o porquê das pessoas morrerem. A resposta foi a seguinte: "... meu filho,se as pessoas não morressem como iríamos saber o quanto elas são importantes para nós?...".A princípio fiquei estarrecido com a frieza daquele personagem. Porém, após uma sóbria observação daquelas palavras, consegui entender a profundidade daquela ideia que, isoladamente, causava tamanha repugnância. Entendendo a morte como uma perda, o que sugere a ideia suscitada é que não importa o quanto você gosta de alguém ou de alguma coisa, no momento em que você a perde, sentirá o quanto ela lhe era importante. Não que essa importância não fosse reconhecida durante sua permanência, mas porque, a rotina de sua presença anestesiava esse sentimento. Portanto, por mais que valorizemos aqueles a quem amamos, nunca saberemos o quanto nos é importante, pois apenas a sua falta nos evidenciará o tamanho exato dessa importância. Sentir a falta é saber a real medida do valor daqueles que não temos mais por perto.
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